quinta-feira, 19 de junho de 2008

TEILHARD DE CHARDIN

Pierre-Marie-Joseph Teilhard de Chardin nasceu no castelo de Sarcenat, na França, a primeiro de maio de 1881, quarto de uma família de onze filhos. O pai era um humanista que zelava pela própria cultura; lia muito, sobretudo livros de história; além disso escolhia com gosto as leituras para os seus filhos e ocupava-se pessoalmente do estudo de latim deles até que entrassem no colégio. Ele influenciou a formação espiritual dos filhos, inspirando-lhes o amor pelas coisas da natureza e incentivando-os a colecionar insetos, aves, pedras.

Pierre herdou de seus pais e do meio ambiente em que vivia um caráter aristocrático, um constante equilíbrio, um profundo sentimento religioso. O jovem Pierre completou os estudos ginasiais e colegiais no colégio dos Jesuítas, dos quais, além de noções científicas e literárias, aprendeu uma forte admiração pela vocação religiosa. Aos dezoito anos entrou no noviciado da Companhia de Jesus em Aix en Provence, levado pelo desejo da perfeição cristã. De 1908 até 1912 freqüentou os estudos de teologia em Hastings, onde teve também a possibilidade de cultivar seus talentos científicos. Um professor da universidade de Cambridge notou suas observações em botânica e paleobotânica e o apresentou ao mundo da cultura científica inglesa.

Ele foi ordenado sacerdote a 14 de agosto de 1911. Depois prosseguiu os estudos acadêmicos no Collège de France, mas teve que interrompê-los em 1914, quando estourou a Primeira Guerra Mundial. Também ele foi alistado num destacamento da saúde, onde prestou serviço por todo o tempo da guerra. A experiência militar exerceu uma considerável influência na maturação intelectual e espiritual de Teilhard. Na dramaticidade e crueldade da guerra ele experimentou seu amor pela vida, pelo progresso, pela ciência e por todas as coisas bonitas.

Terminada a guerra, retomou os estudos universitários, doutorando-se em ciências naturais na Sorbonne, em 1922 e, logo em seguida, foi-lhe oferecida a Cátedra de Mineralogia no Instituto Católico de Paris. Em 1923 foi enviado em missão científica à China, com o encargo de fazer escavações arqueológicas nas regiões centrais daquele país. Essa foi a ocasião que ele mesmo definiu depois como "o acontecimento decisivo do meu destino" . A missão teve resultados sensacionais: levou à descoberta dos famosos restos fósseis encontrados na localidade de Ciu-Ku Tien, perto de Pequim, e chamados Homo Erectus Pekinensis. Voltando à Europa em 1924 deu numerosas conferências, cujo tema habitual era uma nova visão cósmica baseada na idéia da evolução. Em 1926 as relações entre o Pe. Teilhard e seus superiores ficaram tensas por causa das implicações teológicas da doutrina dele sobre a evolução. Por isso os superiores proibiram-no de continuar a atividade intelectual pública que não fosse a pura pesquisa científica. Teilhard aceitou a disposição com submissão exemplar, embora conservando a sua autonomia de pensamento.

A partir de 1927, Teilhard tornou-se o representante efetivo da ciência francesa no setor do Pacífico, ficando bloqueado na China durante a Segunda Guerra Mundial. E, naquele interminável isolamento, levou a termo sua obra-prima O Fenômeno Humano. Voltando à França em 1946, foi-lhe renovada a proibição de divulgar os escritos que continham suas doutrinas filosóficas e teológicas. No campo científico, ao contrário, os consensos e os reconhecimentos ficavam cada vez mais freqüentes, tanto que em 1950 a Academia das Ciências do Instituto de França o inscreveu entre seus membros. Em 1951 transferiu-se para os Estados Unidos onde viveu os últimos anos da sua existência. Ali faleceu de repente, com a idade de setenta e quatro anos, no dia da Ressurreição do Senhor, que ele tinha buscado e servido por toda a vida.

4 comentários:

Maria-Portugal disse...

Que bom...já temos Teilhard em blog próprio-
Obrigada.Espero que o vás alimentando com perseverança para nosso proveito.

Ciô disse...

Obrigada por introduzir Pierre Teilhard de Chardin em minha vida. Estou fascinada.
Please keep posting!

Radeir disse...

Descobri só agora,em Pierre Teilhard de Chardin uma 'fonte do fogo divino' a jorrar amável,sábia-mente silenciada sob o ruído da desordem social do nosso tempo de provação aparentemente incontrolável.

Basta,tavez,uns poucos mergulhos nesta luminosa fonte, para saciar nossa sede de coerência e irmandade entre céus,estrelas e a nossa função aqui na matéria.

Amaria seguir este Blogger dedicado a Pierre Teilhard de Chardin.
Paz e Bem,
Radeir

J. Ricardo disse...

Teilhard é sempre bem vindo Gilberto. Gostaria de retomar o contato com vc, desde os tempos do Orkut que perdi o contato.
Abs
J Ricardo
jricoliveira@gmail.com